Radiação Ionizante

14/12/2019 09:07:33

Radiação Ionizante

O aumento das aplicações de tecnologias que envolvem radiações ionizantes trouxe benefícios incontestáveis em diferentes atividades da sociedade nas áreas de energia, indústria, médica, farmacêutica, agricultura, etc. Estas aplicações crescem a cada dia e, consequentemente, aumentam também a demanda para o planejamento e a preparação visando à resposta em emergências associadas a essas práticas, que, a exemplo de praticamente todas as demais, não são isentas de riscos à saúde humana e ao meio ambiente.
As radiações ionizantes, pelo seu poder de provocar efeitos celulares, podem ser usadas com grandes benefícios para a sociedade, como, por exemplo, no diagnóstico e tratamento médico. Por outro lado, se esses efeitos ocorrem de maneira indesejada, podem provocar danos ao ser humano, desde um simples eritema (vermelhidão) até a síndrome aguda da radiação e que, inclusive, pode ser letal.
Um fato de suma relevância é que as radiações ionizantes não são perceptíveis aos sentidos humanos, o que nos impossibilita de identificá-las no ambiente sem o emprego de instrumentos específicos. Atualmente, também é grande a preocupação de organismos internacionais com possíveis atos criminosos ou terroristas usando-se agentes químicos, biológicos, radionucleares e explosivos.
Cabe ressaltar que em todos os países há risco de ocorrência de acidentes com radiação ionizante, considerando principalmente que os materiais radioativos e outras fontes de radiação ionizante vêm sendo usados no tratamento e no diagnóstico de várias enfermidades, na melhoria de produtos agrícolas, na produção de eletricidade e na expansão do conhecimento científico. Suas aplicações crescem a cada dia e, consequentemente, aumentam a demanda para o planejamento e a preparação para resposta a situações de acidentes e emergências associadas a essas práticas.
Uma emergência radiológica é, em geral, um evento não intencional e inesperado, envolvendo uma fonte de radiação ionizante, que pode resultar em exposições não planejadas de profissionais e membros do público, que podem levar a sérias consequências à saúde, além de danos ao meio ambiente e a propriedades.
O Brasil, que foi palco do maior acidente radiológico do mundo, em Goiânia, em 1987, conta hoje em seu território com cerca de 3.600 instalações que utilizam fontes de radiação ionizante. Além disso, possui outras 20 instalações do ciclo do combustível nuclear, como a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis (RJ), a Fábrica de Combustíveis Nucleares, em Resende (RJ) e as minas de urânio em Caetité (BA) e Itatiaia (CE).
A experiência internacional mostra que a resposta a uma situação de emergência envolvendo exposição à radiação pode exceder à capacidade técnica e logística de organizações, de cidades, estados e países. Diversas publicações de organismos das Nações Unidas, como da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), têm demonstrado que essa dificuldade só pode ser superada através de preparação e planejamento prévios, visando à aplicação integrada de ações, de maneira coordenada.

Situações de Risco (Diagnóstico e Tratamento)

A depender das características do acidente (local, condições climáticas do ambiente, acesso, magnitude) e do produto liberado (potencial de perigo, quantidade, possibilidade de exposição humana e contaminação do ambiente), o evento pode resultar em:
Óbitos, doenças (agudas e crônicas), intoxicações, ferimentos ou traumas, além de comprometer a saúde mental.
Contaminar água, solo e ar;
Comprometer ou interromper os serviços públicos essenciais (água, energia e transporte);
Alterar a rotina ou a capacidade de resposta dos serviços de saúde, em função da urgência do atendimento às vítimas pelas equipes de vigilância, assistência farmacêutica, assistência pré-hospitalar e hospitalar, bem como dos serviços laboratoriais e de diagnóstico.
Alterar a economia do local em função da interrupção de atividades econômicas (industriais, comerciais, agrícolas, extrativistas e de subsistência), restrição à circulação de pessoas e mercadorias, contaminação de alimentos e encarecimento dos meios de sobrevivência.

Fonte: Ministério da Saúde